segunda-feira, 15 de junho de 2009

A bicicleta e o ciclista (The bicycle and the cyclist)

Autor: José Ricardo Corrêa Maia
A bicicleta sempre exerceu o fascínio do desafio de conseguir se equilibrar para andar nela.
Ao fazer a analogia da bicicleta com a vida têm-se os pedais que necessitam de energia para se pedalar e imprimir velocidade. Na vida também se precisa de forca para de tocar o dia-a-dia. Já as engrenagens representam a harmonia e cumplicidade. A educação e o respeito que sustentam os relacionamentos podem ser o selim que sustenta o ciclista.
Para reduzir a velocidade em descidas usa-se o freio que é a prudência. A tolerância é o par de pára-lamas.

Mas é o ciclista que com temperança, determinação e sabedoria que dá a direção e razão a vida.

Padre Zezinho em “A bicicleta da vida” diz “Temperança ou equilíbrio é a capacidade de tomar decisões sábias. Saber temperar a vida é torná-la gostosa de viver”. Completa com o seguinte “Ache seus movimentos, aprenda a tomar decisões, ache seu equilíbrio. Viver é como andar de bicicleta”.

Aguinaldo Oliveira em “Aprenda a andar de bicicleta para viver a vida” relata que “uma das características mais admiradas em um profissional é a sua capacidade de tomar decisões corretas em momentos de pressão. Isso faz parte do equilíbrio que pode ser comparado a uma das atividades mais simples que é andar de bicicleta”. E finalmente diz “às vezes precisamos empurrar a nossa bicicleta morro acima ... mesmo sendo um peso a mais para carregar, ela o ajudará nos outros trechos de descida”.

Albert Einstein relatou certa vez que a vida é como a bicicleta.

Então seja você o ciclista da bicicleta da sua vida.
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The bicycle and the cyclist

The bicycle always had the fascination of the challenge of achieving balance is to walk it. By making the analogy with the life of the bike is the pedals are in need of energy to ride and print speed. In life also need the strength to touch the day-to-day.

Already the wheels represent the harmony and complicity. Education and respect that underpin the relationships can be the seat that supports the rider. To reduce the speed decreases in USA is the brake that is prudence. Tolerance is the pair of stop-sludge. But is that the rider with temperance, wisdom and determination that gives the direction and reason to life.
Zezinho priest in "The bicycle of life" says "temperance and balance is the ability to make wise decisions. Temper know life is make it nice to live. " Complete with the following "Find their movements, learn to make decisions, find your balance. Life is like riding a bicycle."
Aguinaldo Oliveira in "Learn to ride a bicycle to live the life" reports that "one of the characteristics most admired in a professional is his ability to make correct decisions in times of pressure. This is part of the balance that can be compared to a simple activity that is riding a bicycle. " And finally says "sometimes we push our bike uphill ... even one more to carry the weight it will help in other parts of descent."
Albert Einstein once reported that life is like a bicycle.
So you are the rider of the bicycle of his life.

Gratidão

Autor: Dorvalino Furtado Filho
Se existe um nível altíssimo na moral de um ser humano este nível é a gratidão. É incrível, mas o homem foi superado pelo cão guando se trata de gratidão.
Sêneca, em cartas a Lucílio, abordou esta moral em afirmar que "não há ódio mais violento do que o proveniente de um benefício não honrado", em outros termos é a pessoa ser ingrata em todos os sentidos.
É incrível, mas o homem foi superado pelo cão guando se trata de gratidão. Hoje, fazer um favor ou benefício a alguém, para quem quer que seja, é perigoso, pois pode terminar a amizade. Muitos agem e pensam assim.
Max Gehringer, lá dos seus clássicos corporativos não diz de gratidão, mas sim de favor, e ao criar a lei da perversidade profissional enfatiza que a chance de uma pessoa se lembrar de um favor que você fez a ela vai diminuindo à taxa de 20% ao ano. Cinco anos depois, o favor será esquecido... Mas a chance de alguém se lembrar de uma desfeita se mantém estável, não importa quanto tempo passe.
No nosso cotidiano é impressionante como somos afetados pela ingratidão. Muitos casais amigos que convidam outros casais para jantar em sua casa, em encontros felizes de fim de semana, sentem-se frustrados por não terem reciprocidade ou gratidão em também serem convidados e assim o tempo acaba com a amizade ou deixa-se de se convidar e morre, aos poucos, a amizade ou um relacionamento digno de família em trocarem ideais e felicidade.
Aquele chefe de algum setor ou mesmo o chefão que não é capaz de dar um pequeno elogio a um bom trabalho do seu funcionário, mata a vontade do subordinado em criar ou a ter estímulo de fazer bem feito.
Isto não quer dizer que você tenha que receber prêmios sem mais nem menos por tudo que faz de favor ou de gratidão. Nunca espere gratidão, apenas faça pelo bem de fazer, o retorno virá para você de outra forma muito mais providencial. Até porque como disse Mason Williams, receber certos prêmios ou elogios é como ser beijado por alguém com mau hálito. Cuidado!
Vamos ser gratos sempre pelo que possuímos e lembrar que estúpida é a pessoa ingrata, injusta e parasita, ou seja, aquela pessoa que não retribui nada do que recebe.
Publicado no Jornal A Notícia

Mentiras

Autor: Marcelo Harger
A mentira tem perna curta. Errado. A perna é enorme. Quanto mais se mente, maior a perna. E como o único modo de sustentar a mentira é mentindo cada vez mais, o número de pernas aumenta. Surgem verdadeiras mentiras polvo.

Oito pernas é pouco. São verdadeiras centopeias com pernas enormes. Talvez o melhor seja imaginar um híbrido, uma centopeia com cem pernas de polvo.
Coordenar a passada de cem pernas é extremamente difícil. Como evitar que uma se enrosque na outra? Como manter a cadência do caminhar? É difícil, pra não dizer impossível. Somente a centopeia de verdade consegue, mas apenas tem êxito por ser criação divina. Os humanos jamais.

Há quem minta pra conquistar. Uns pra esconder. Há aqueles que querem fugir da monotonia e aqueles que o fazem pelo simples prazer de enganar. Outros acham que somente podem conseguir o que querem por intermédio da mentira. Finalmente há os que querem esquecer. Mentem para apagar os males que a vida lhes trouxe.

As conquistas obtidas pela mentira são fugazes, pois “quem sobe se arrastando perde, na indecência do gesto, o direito às alturas”. Os que mentem pra esconder vivem com o medo de serem descobertos. Passam a vida inteira em vigília, imaginando em palavras ou olhares indícios de terem sido descobertos.
Os que querem fugir da monotonia não percebem como são ingênuos. Uma mentira muitas vezes repetida não se torna verdade. Vivem uma ilusão e sofrem internamente por isso. Usam o que não fizeram como pretexto para nada fazerem.

Os que sentem prazer em enganar são doentes. A mentira não é apenas uma verdade que se esqueceu de acontecer. É mais do que isso. Corrói a alma de quem engana e do enganado. Deixa um rastro de dor por onde passa.

É necessário quebrar o ciclo com a verdade. Primeiro dizendo as verdades mais difíceis, aquelas que escandalizam. O mais difícil sempre deve vir primeiro. Depois dessa barreira tudo fica fácil e passa a ser possível viver na verdade diariamente. Somente vivenciando a verdade é que se pode andar com a cabeça ereta. O caminhar pode ser árduo, mas as conquistas serão duradouras e trarão a marca da liberdade.
Publicado no Jornal A Notícia.

Ela e as chaves

Autora: Ana Ribas Diefenthaler
No esplendor de seus 75 anos, é uma mulher especial. Ágil e quase hiperativa, independente e plena, dirige o próprio carro, desafia a vida, não esmorece diante das dificuldades, que vão aumentando à medida da passagem do tempo.
Mulher de muito brio e extrema fé, ela tem dificuldades em compreender as novas performances familiares que a sociedade moderna ergueu.

“Para mim, casamento é compromisso de uma vida inteira – e filhos, de toda a eternidade”, costuma dizer, do alto de sua sabedoria de professora “dos tempos em que ser mestra era motivo de orgulho e até de um certo status”.
Elegeu Francisco, aos 21 anos, embora nunca o tenha namorado, como costuma jurar. Bonitão, boa prosa, ele vinha de família de músicos e fazia uma serenata como ninguém – ainda que os cachorros da rua não expressassem muita admiração pelos violões, pandeiro e o repertório, digno de Francisco Alves.

Tinha ele várias candidatas – mas ela o conquistou, justamente porque nunca demonstrou assim, maiores interesses. Formou com ele uma família bonita, cinco filhas e um varão, vários netos, três bisnetos. Mas, desde jovem, sempre teve dificuldades com um item quase bobo: chaves.

No começo, nada muito importante, já que pouco em sua vida exigia trancas. Mas, hoje em dia, enlouquece, às vezes a si própria e a todos à sua volta.
A casa, com várias portas e cadeados, a garagem e o portão de ferro da frente, o acesso do jardim de inverno, são tantas as chaves que tem de administrar, que nunca sabe onde guardou as ditas, quando precisa.

Precisa de mais do que três raciocinadas para definir por que porta vai sair e as chaves que a estratégia exige. Outro dia, pegou a chave da porta interna da garagem e colocou no carro, porque queria entrar em casa por ela, para não ter que abrir as tantas outras do acesso principal.

Esqueceu-se, porém, do que havia arquitetado ao sair – e entrou com o carro, ganhando a porta principal da casa. Minutos depois, lembra que esqueceu-se dos óculos no carro – e, então, procura a chave da porta interna para ir buscá-los.
Algumas xingadas depois, ela recorda que, de manhã, havia colocado a chave no painel do carro. Um longo caminho de abre-portas até resgatar os indispensáveis óculos e ela, esgotada, senta-se no sofá da sala, faz um silêncio inquietante e sorri: “que coisa... o problema é que eu ainda sou do tempo em que não precisávamos acorrentar a própria alma”.
Publicado no Jornal A Notícia.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Promotores da Vida

Autora: Inajara Freitas Villar Paiva
São as pessoas construtivas que ainda existem neste mundo tão adoecido pelo materialismo que preferem edificar o outro a destruir. São pessoas que literalmente se importam com o próximo, acreditem, destituídas de interesse de qualquer natureza egoísta. Que colocam em prática toda a linda teoria realmente com atitudes empáticas.
Já existindo desde a infância, é notória a personalidade construtiva e a oposta em um pequeno ser. Deve-se estimular a benignidade e tentar ainda nesta fase de “cimento mole” se implantar as questões de consciência e reforço de aprendizado. Quem ama educa de fato.
Os “promotores da vida” são aquelas pessoas que melhoram, que agregam, que fortalecem e que embelezam o mundo à sua volta, trazendo à tona o que cada um tem de melhor. Todos fomos, em algum momento da vida, abençoados por pessoas assim. Elas nos ajudam a ver nossos aspectos positivos. Elas nos incentivam. Elas promovem a nossa vida.
São pessoas que nos deixam contentes por estarmos vivos. São aquelas que, quando estamos desanimados, nos dão esperança. São aquelas que quando sofremos, nos confortam. Quando temos sucesso, celebram conosco. Quando precisamos de ajuda, colocam-se disponíveis.
Quando nos perdemos, nos ajudam a reencontrar o caminho. Quando nos falta experiência, nos ensinam. Quando somos gentis, manifestam gratidão. Quando estamos pessimistas, nos fazem ver o lado bom. Quando pensamos em desistir, nos dão novo alento. Mesmo quando a vida é boa, elas a aprimoram...
Na categoria dos “promotores da vida” encontra-se todo tipo de pessoa que exerça liderança e com isto capacidade de influenciar positivamente, a começar pelos próprios pais.
A função é cumprida quando se extrai o melhor das pessoas. É ser um líder servidor aquele que coloca a mão na massa e, com isto, promove eficazmente a necessária integração, colaboração, confiança, o hábito de ouvir, o emprego ético do poder e sua partilha.
Enfim, ser um promotor da vida é fazer jus a essa existência, fazendo realmente a diferença, como mais um ser que traga sanidade a nossa sociedade que clama por elementos positivos.
Publicado no Jornal A Notícia.