domingo, 29 de março de 2009

A vida é uma estrada

Autor: José Ricardo Corrêa Maia

Na jornada da vida encontram-se vários tipos de estrada. A felicidade, o sucesso e a prosperidade dependem da capacidade de adaptação e de como se supera os obstáculos de cada trecho.

Para se ter segurança numa estrada deve-se ter uma adequada infraestrutura, como por exemplo, pavimentação e sinalização.
Na vida essa base é a formação que é composta por cortesia, respeito, virtudes e valores responsáveis pela índole e caráter. Com isso, pode-se iniciar esta viagem com mais confiança.

Nesta estrada têm-se retas que podem ser verdadeiras armadilhas convidando ao excesso de velocidades, o que aumenta os riscos de acidentes. Muitas vezes isso ocorre sem se perceber. Na estrada da vida existem situações semelhantes na qual o excesso de confiança torna as pessoas displicentes, imprudentes, prepotentes, arrogantes ou com qualquer outra atitude inconveniente sem imaginar o que está acontecendo. Afasta, desta forma, os amigos e interferindo nas relações inter-pessoais. Nas retas de sua estrada tenha cuidado para não extrapolar.

Nas serras tem subidas íngrimes e trechos sinuosos com curvas perigosas, normalmente com neblina prejudicando a visibilidade. Nestes momentos precisa-se de potência para subir, o que na vida são a determinação e persistência. Nos trechos sinuosos com serração deve-se guiar com cautela, atenção, paciência e ser um bom observador. Na sua estrada não se pode esquecer isso porque uma pessoa impaciente, desatenciosa ou que fala muito mais do que observa pode por a perder sonhos e esforço de uma vida.

Lembre-se que nessa estrada você não estará só e infelizmente encontrará gente deseducada, impaciente e intolerante, por exemplo. Assim como se passa pelos buracos e trechos perigosos deve-se administrar os conflitos com calma, serenidade, tolerância e fundamentalmente sabedoria.

Portanto, ao guiar numa estrada ou na sua vida profissional e pessoal deve-se procurar ser determinado, tolerante, sábio, prudente e acima de tudo evitar excessos para não extrapolar nos atos e se expor a riscos desnecessários.

sábado, 28 de março de 2009

Ser contente

Autora: Inajara Freitas Villar Paiva

Ser uma pessoa contente difere de estar contente. Significa saber lidar com situações adversas, difíceis e desconfortáveis sem cair profundamente, sem se abater a ponto de não conseguir transpor o obstáculo, vir a sucumbir e desanimar diante das aflições oferecidas pela vida.

Ser contente é saber aprender a ficar em paz, é aproveitar o fato e o sentimento estressantes para crescer, é atingir o estado de serenidade, discernindo ao de coragem, resultando em ato de sabedoria. Parece impossível muitas vezes e realmente raro na história da humanidade.
E como exemplo de ser contente, cito a figura ímpar e apaixonante de Jesus Cristo.
Sim, o mestre da vida cursou a mais excelente universidade, a escola da existência, a escola da vida. A escola que ensina verdadeiramente a prática do amor. Foi honrado como ninguém e humilhado como poucos. Sua inteligência ultrapassava o limite dos pensadores.
Era sólido emocionalmente, mas sabia chorar e confessar a sua angústia. Quando abandonado, não reclamava, não se lamuriava, pois sabia fazer da solidão um exercício para a reflexão. Ele viveu a glória dos reis e o anonimato dos miseráveis.
Somente uma pessoa tão agradável e altruísta poderia se lembrar daqueles que não tiveram piedade de si mesmo. Tinha uma habilidade incomum de pensar nos outros e não em si mesmo. Jesus Cristo era sociável, alegre, tinha inúmeros amigos, abraçava as crianças, muitas vezes se convidava para jantar em casa de pessoas que nem conhecia, não dependia de aprovações, pois sua paz e seu carisma sempre venciam, sempre transmitia união e não exclusão.
Sendo ainda um exímio observador da natureza e excelente contador de histórias, sempre com foco edificante e produtivo, exalando tranqüilidade, fazendo poesia no caos.
Um ser verdadeiramente contente. Enfim, quem sabe diante de um exemplo desse, mesmo que sublime ao extremo, haja mobilização para o fato de aprender, no mínimo, a ficarmos mais contentes, menos descontentes, menos escravos das circunstâncias, menos movidos pelos problemas, repensando profundamente como temos agido nos pilares de nossa existência.
Publicado no Jornal A Notícia.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Um pedacinho de terra

Jamais a natureza reuniu tanta beleza num pedacinho de terra perdido no mar. Este jogo de palavras de Rancho de amor a ilha do poeta Zininho relata porque Florianópolis fascina e encanta pessoas de todos os cantos, desde o interior de Santa Catarina até gaúchos, paranaenses, paulistas e argentinos.

Tudo isso pela beleza do continente como no bairro Coqueiros e Estreito, a ponte Hercílio Luz, as praias da baía com uma paisagem de deslumbrar, como São João Batista, Sambaqui e Cacupé, sem esquecer Ribeirão da Ilha, Canasvieiras, Santinho, Lagoa da Conceição e Jurerê.

Contudo eles ficam por outros motivos também, tais como a hospitalidade do povo que recebe a todos de braços abertos. Esta alegria e disposição de seu povo contagiam qualquer um.

Desterro, como era chamada antigamente, é uma cidade universitária com jovens buscando iniciar da melhor forma possível suas carreiras. Esses jovens estão em toda cidade, desde as ondas da Praia Mole, nas dunas da Joaquina até a Beira-mar Norte, onde encontram os jovens aposentados que escolheram a Ilha da Magia para viver.

Floripa é um pedacinho de terra repleto de esporte, cultura, energia da juventude, sabedoria dos mais experientes, qualidade de vida, além da exuberante beleza natural.
José Ricardo Corrêa Maia

quinta-feira, 12 de março de 2009

O susto de um surto

Inesperadamente surge o fenômeno!
Ninguém percebe e de repente há um ciclone de insanidade com uma enorme ventania de agressividade e terror.
É tudo tão rápido!

Tormenta de pânico. Um tremendo susto para abalar estruturas.
Um fenômeno que derruba árvores, postes e casas.
Um surto violento com agressões.
Medo e desespero sem fim.

É uma surpresa cheia de emoção, suspense e apreensão.
Os envolvidos vivenciam uma enxurrada de adrenalina.
É uma autêntica correnteza de temor.

Apesar da ressaca de riscos, busca-se uma solução, procurando balancear amor e razão. Mesmo com o deslizamento de confiança e tudo mais, têm-se o perdão.

Como será o futuro?
Hoje, cada um de seu jeito luta para não ter novamente o susto de um surto.
José Ricardo Corrêa Maia

quarta-feira, 11 de março de 2009

Talento em questionamento



Um pergunta deveras usual que as pessoas em geral se fazem, é o de se elas têm talento e, consequentemente, qual o é. Mas quando o descobrem, creem que estão com a vida ganha e que basta então seguirem seu “destino”, sendo este um mero engano.




Ter talento é de longe a pedra angular do sucesso, pois algum talento todas as pessoas possuem e até algumas chegam a descobrir qual o é. Mas então, reconhecendo seu talento, qual o motivo de não obterem reconhecimento maior, prosperidade e satisfação com ele? E não falo aqui apenas do caráter financeiro, mas quem sabe até o mais difícil de todos, que é o que vem através do reconhecimento dos demais, pois sendo um ser social, que satisfação o ser humano teria, mesmo que sentado sobre ouro esplêndido, se não vier a ter o reconhecimento do outro, sendo que este o tem pelo saldo positivo que sobre ele o talento daquele opera, pois é pelo impacto que o talento de um indivíduo promove numa pessoa e/ou sociedade, que será proporcionalmente admirado e aplaudido.




Os indivíduos têm todos o mesmo valor, enquanto seres humanos que são, mas não os mesmos talentos, e está aqui, nesta afirmação, a beleza do viver e conviver social e a engrenagem necessária ao equilíbrio da construção e desenvolvimento de uma sociedade, principalmente no caso da polis.




Um dos maiores e primeiros desafios a serem superados, para que o talento de uma pessoa se ecoe livremente, é o da falta de crença em si mesmo, isto é, no seu potencial singular, responsável por promover o afloramento de seu talento, sendo este um obstáculo concreto ao sucesso. Quando as pessoas impõem limites e não depositam confiança em si mesmas, o talento fica condenado a ser apenas um vocábulo inerte, funcionando este limite imposto como uma barreira concreta ao desenvolvimento das potencialidades do indivíduo.




Outro problema é que, na maioria das vezes, damos maior atenção aos limites físicos e financeiros que temos no presente, do que aos de caráter emocionais e psicológicos que estão a nos impedir de “ter olhos de ver e ouvidos de ouvir” o real, parafraseando termos bíblicos, fazendo com que não busquemos ajustes emocionais, o que vem a nos impedir de agir de acordo com nossos objetivos. E estes mesmos têm ocasionado a desistência de muitos planos que se projetaram e iniciaram, sendo assim, não permite que sejam apreciados os frutos de uma meta finalizada, gerando descrença em si mesmo e desgaste emocional, tendo o indivíduo que elaborar a frustração que lhe causa um projeto inacabado. William James afirmou que “nada é tão cansativo quanto a sombra de uma tarefa não terminada”.




Muitas das vezes, as pessoas que têm dificuldade em terminar seus projetos iniciados, são as mesmas que, enquanto infantas, iniciavam vários cursos, mas desistiam dos mesmos, e o pais aceitavam esta ação facilmente, como se dissessem à sua prole que ela pode, na vida, fazer o que quer, quando quer, e desistir quando bem entender, sem assumir responsabilidades pela opção acolhida primeiramente e, sendo assim tão fácil, não buscar realmente saber de seus reais desejos e aspirações antes de decidir por eles, pois aprenderam que podem desistir quando bem quiserem, não levando a sério compromissos assumidos diante de si mesmos e da sociedade.




Outro exemplo do que pode ocorrer é o de que casam com tamanha facilidade quanto descasam, pois nelas não têm inserido compromisso, assim como fazem com os demais projetos de vida.




Descobrirmos o talento que temos não é uma tarefa tão difícil quanto a de promovermos o despertar deste mesmo talento. Sabermos quais são nossos talentos, identificarmos com eles, crermos em nosso próprio potencial, suplantarmos desafios emocionais e psicológicos, além dos financeiros, finalizarmos nossos projetos e termos metas que venham a operar no desenvolvimento de toda uma sociedade, são alguns ítens a serem observados para a obtenção de sucesso real e merecimento de uma grande salva de palmas no final.




Na imagem ilustrativa temos o símbolo no idioma japonês, escrito em Kanji, o qual lemos “yakusoku” e significa Compromisso.




Carlos Alberto Hang




Publicado no Jornal Ponto a Ponto

terça-feira, 10 de março de 2009

Goteiras

Tem coisas que sempre ficam para depois. O fio puxado no pulôver. Um barulhinho estranho no carro. Uma conversa com quem você ama. A goteira no telhado que só lembramos quando chove. Até que um dia cai o maior toró e o telhado quase cai na nossa cabeça. Aí vem a pergunta: por que não resolvi isso antes?
Parece até que estamos à espera de que os problemas se dissolvam sozinhos. A blusa está furada, mas a guardamos no armário assim mesmo. O filho cresceu e ainda toma mamadeira, e nós continuamos preparando o Nescau.
É quase uma coisa cultural. Afinal, qualquer roteiro de novela tem um diálogo em que a personagem sábia e apaziguadora da trama acalma a mocinha em apuros:
– O tempo cura tudo.
Tudo beleza na telinha da TV. Mas, por mais incrível que possa parecer, podem se passar anos e o tal problema não se resolve. Com tempo, isso sim, nos acostumamos com algumas imperfeições ao nosso redor. É como a porta dos fundos que precisa de uma levantadinha para abrir e fechar: é mais fácil ensinar o jeitinho para quem for usar a passagem do que consertá-la. E aquilo fica ali, literalmente emperrando a vida.
Tem gente que não se acomoda. Passa todo tempo disponível ajeitando tudo ao redor, ou procurando alguém que faça. A gaveta emperrou, dá uma lixadinha. Vai acabar a água, já liga para teleentrega. Fulana se desentendeu com Beltrana (já repararam que estas duas estão sempre se metendo em confusão?), chama a dupla para uma conversa. Leu um artigo dizendo que a China vai comandar o mundo, “bora” estudar mandarim.
São tão eficientes que não se conformam quando dão de cara com algo que não tem solução, mas aí é história para outra crônica.
E tem quem não se conforma com o mau funcionamento ao redor, se irrita e não resolve nada. Eu me encaixo mais neste perfil. Morro de inveja de quem resolve tudo, mas só de pensar no trabalhão que deve ser dá uma preguiça...
Aí aqueles que, como eu, são acomodados (porém irritados), vivem uma frustração tão constante quanto o problema que os assola. Andam com a pedra no sapato, praguejando sem parar, mas não são capazes de parar para descalçar e acabar com o incômodo.
A tendência é achar que tudo vai sempre estar ali, esperando por uma solução. Como as dezenas de casas deliberadamente construídas em áreas de risco no Vale do Itajaí. Demorou, mas elas caíram. O que os moradores estavam esperando? O que as autoridades estavam esperando?
O que me leva a perguntar: tem alguma coisa errada na sua vida?
O que você está esperando?
Mônica Torres
Publicado no Jornal A Notícia

Fundamento indispensável

Na semana em que a posse do messias ocupou todas as manchetes, invadiu todas as mídias e instalou em corações e mentes a expectativa de que o planeta será melhor daqui em diante, uma manifestação do papa Bento 16 acabou no rodapé dos jornais e no esquecimento coletivo.
Em nota de poucas linhas, parte da mídia não enlouquecida pela burrice do “novo jornalismo” informou que o papa, em videoconferência, transmitiu ao México mensagem especial aos participantes do 6º Encontro Mundial das Famílias, em que afirma que a “família continua o fundamento indispensável para a sociedade” e é “bem insubstituível para os filhos”. No mundo em desagregação em que vivemos, valores fundamentais para o ser humano continuam em processo de desintegração. O mal-estar da modernidade nunca foi tão pesado, ampliando o sentimento de desamparo e solidão de milhões.
A crise do capitalismo, a deterioração da política, a dissolução do sagrado, a incongruência da arte, a escalada da violência (nas ruas e no interior das habitações), o esvaziamento da ética, a crise do nacionalismo e o fim da pátria, como valores que justificam sacrifícios ou simbolizam honra, deixam o homem moderno sem referência, sem bússola e horizonte. Tudo, agora, é global, público e efêmero, destituído de valor, de perenidade e transcendência.
No vazio da modernidade, um valor imperativo se renova e se mantém – o da família. Em qualquer lugar do planeta, a família tem se afirmado como “bem insubstituível”, apesar das reconhecidas mudanças de perfil que a instituição tem sofrido no último meio século. Na era da globalização, é na vida privada e na vida familiar que o homem do século 21 encontra a fonte generosa de proteção e abrigo. Luc Ferry, ex-ministro da Educação da França, é autor de livro interessante sobre o assunto: “Família, Amo Vocês” (Objetiva, 2008). Nele, o filósofo mostra como a família reconstrói a individualidade na sociedade globalizada em que vivemos. A família, mais que um “bem essencial”, é, de fato, o “fundamento indispensável” para a reconstrução do humanismo. É na família, aliás, que o homem se realiza em plenitude. Não será na glória efêmera do pódio esportivo, na riqueza material do empreendedorismo ou na transcendência de qualquer manifestação artística. O mundo está cheio de exemplos nada edificantes de gênios empresariais, artísticos e esportivos arruinados em suas vidas privadas e familiares. A transcendência da vida privada, como na Grécia antiga, no apogeu da cultura helenística, constitui não só o legado maior do indivíduo, mas sua obra de arte. Só nela se alcançam o equilíbrio e sabedoria da vida superior, daí suas exigências múltiplas e continuadas. Ela exige renúncia e comedimento; humildade e silêncio, valores desprezados na algazarra atual.
A recomposição da família, sua transcendência e essencialidade devem resgatar o vácuo da modernidade, dando sentido e nexo à vida privada. Mais que isso, se opõe à esqualidez moral da vida pública, resgatando no indivíduo o sentimento do privado, do permanente e do transcendente. Não é por outra razão, aliás, que Obama produz esperança e expectativa, porque simboliza para milhões de deserdados o ideal do indivíduo que, apesar das adversidades, manteve valores e não hesita em revelar que ama e tem paixão pela família.
Na contramão das celebridades efêmeras, o indivíduo procura identidade e segurança, valores escassos em qualquer lugar do planeta. Até aqui, o modelo era o americano – da prosperidade sem limite, da riqueza material e do consumo. Aquele modelo acaba de “rachar”, os próprios americanos sabem disso, e o resto do planeta paga a conta, inclusive os brasileiros. Nos últimos dias, a crise deixou mais de 800 mil brasileiros sem emprego. Na reconstrução que vem por aí, a família terá lugar especial, como, aliás, sempre acontece nos momentos difíceis, tanto das nações quanto dos indivíduos. Só por isso, a mensagem do papa não deve se restringir aos rodapés dos jornais. Merece lugar nas mentes e corações dos que não desistiram do amanhã.

Apolinário Ternes

Publicado no Jornal A Notícia

Onde está Deus?

Quando acontece uma calamidade, procuramos inúmeras explicações para o que ocorreu, o porquê das coisas. Podemos achar que o planeta está demonstrando sinais da agressão desenfreada que vem sofrendo nas últimas décadas, mas em certos momentos devemos parar de buscar explicações e desenvolver a aceitação.

Podemos olhar incrédulos para os céus, perguntando para as nuvens que despejam suas lágrimas: “Deus, aonde estás?” No fundo do nosso coração, encontramos uma voz que nos responde com ternura: “Deus está no sorriso dos médicos que estão dobrando os plantões, na perícia dos pilotos de helicóptero que estão socorrendo, nas mãos dos milhares de voluntários que estão se dedicando a amenizar o sofrimento dos irmãos, nas lágrimas dos assistentes sociais, no abraço dos bombeiros e policiais, no coração de todos os brasileiros que se solidarizam com o acontecimento.”

Não fomos abandonados. Deus manda estes seus soldados, seus anjos, para desencadear em nós o que temos e o que somos de melhor. Mas Deus também está no político corrupto que vê uma oportunidade na tragédia de ganhar mais comissões, no comerciante ganancioso que ao invés de distribuir água e pão aos famintos, usa da lei da oferta e da procura para extorquir. Está nas pessoas que saqueiam supermercados e casas buscando eletrodomésticos e bebidas.

Não esqueça que nós todos somos formados da mesma matéria que as galáxias, somos poeira e brilho das estrelas. O que muda é a forma como nós utilizamos o livre arbítrio para desabrochar esta chama que brilha no íntimo de cada um.

Certas coisas ocorrem para que fiquemos despidos, face a face conosco, para que possamos descobrir quem realmente somos: batalhadores, brasileiros que não desistem nunca, deuses num corpo humano. Ou brasileiros que querem levar vantagem em tudo, que desistem logo, que asfixiam sua divindade. “Deus fez-se homem para que o homem se tornasse Deus”. A divindade de Deus se manifesta pela nossa humanidade! E agora. Você já parou para pensar onde está Deus?

Humberto Thormann Bez Batti

Publicado no Jornal A Notícia

Predadores

Egoísmo é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Mas o egoísmo realmente é uma característica natural do ser humano ou é um hábito adquirido? Espero a resposta.
E os predadores? Na natureza são os animais irracionais que matam e comem os outros, o que garante a sobrevivência de espécies e o equilibrio da vida. Predadores humanos são aqueles que agem de uma maneira que só os beneficia.Estamos no meio de uma crise econômico-financeira que acontece a cada século no mundo. Culpa de predadores capitalistas, parceiros de políticas econômicas que há anos sugam toda a sociedade.
James Galbraith, no ensaio “Consolidação do Estado Predador”, destaca que a progressiva canibalização da esfera pública é assegurada por engenharias políticas, envolvendo opacas parcerias público-privadas, complexas subcontratações ou dispendiosos subsídios e incentivos fiscais. Entrega-se, desta maneira, o controle de equipamentos e de infra-estruturas públicas à voragem de interesses capitalistas cada vez mais predadores.
Mas vamos ao nosso cotidiano, a vida simples, ou aquele dia-a-dia em que somos vítimas de predadores humanos e muitas vezes não nos conscientizamos destes parasitas.Você já convidou alguém, várias vezes, para jantar em sua casa e este alguém nunca retribuiu ou levou tempo para devolver o convite? Claro que sim. Pois bem, este é o predador, ou predadora. Tanto faz. Caia fora, não convide mais... Você já convidou alguém para seu aniversário e o convidado não levou um único presente? Este, além de predador, adora o parasitismo doentio da boca livre. Este não gosta de você. Caia fora.
Você também já chegou para um amigo, contou que “passou mal”, e este predador ou egoísta só ouviu e em segundos trocou de assunto? Pois é, além de predador, esse é falso e egocêntrico patológico. Tem a fantasia de que o mundo gira em torno dele. E você já deu a vez no trânsito a alguém que nem agradece? É detestável. Você tem um chefe que nunca disse “bom trabalho”? Se tem, esse cara não é chefe, é um predador que se alimenta da tua energia.Ser predador ou egoísta é ignorar a própria sombra como se quisesse curar uma enxaqueca enforcando-se. C.G. Jung enfatizou muito este comportamento, destacando que a simplicidade, ou mesmo a humildade, é uma arte suprema de reconhecer que em todo o mundo existem outras pessoas a sua volta.
Alguns predadores humanos apenas matam, mas não comem. Estes são verdadeiros desperdícios. Para quem é útil, que sejam preservados.
Dorvalino Furtado Filho
Publicado no Jornal A Notícia

quinta-feira, 5 de março de 2009

O patrimônio de Joinville

Joinville não é apenas a cidade das bicicletas e das flores. É muito mais!
Além da festa das flores tem o festival de dança, o festival de jazz, as festas regionais, tais como a do pato, do bandaneon e da solidariedade, assim como tem o pagode no mercado municipal.

Também tem a valorização ao esporte, evidenciado no futebol, futsal, vôlei e basquete entre outros.

É uma cidade jovem que está crescendo, mas está conseguindo manter ampla área verde e suas belezas naturais, entre elas a Estrada Bonita, a Cascata do Piraí, rua das Palmeiras, a Baía da Babitonga vista do Mirante do Boa Vista. Todavia não são apenas belezas naturais. As paisagens são belas na plenitude porque as pessoas também são belas.

Joinville tem orgulho de suas indústrias, assim como as indústrias se orgulham do trabalho que é feito de forma competente e de excelência que só faz aumentar o progresso nesta área.

Contudo, o maior patrimônio de Joinville se traduz em respeito, zelo, obstinação, vigor, generosidade e tradição do seu povo.
Povo este que é reservado, exigente e trabalhador e que evolui junto com a cidade, seja natural de Joinville ou joinvilense de coração.
José Ricardo Corrêa Maia