No conto do mágico de Oz, a pequena Dorothy enfrenta uma tempestade. Ela pode ser comparada com o imunodeficiente que após várias infecções de repetição deve realizar uma série de procedimentos para confirmar o diagnóstico e acaba entrando num mundo totalmente novo.
Este paciente encontra o homem de lata sem coração que simplesmente informa que os procedimentos não são cobertos. Este é o plano de saúde.
Ao realizar reclamação para a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o paciente encontra o espantalho sem cérebro, que comunica que está avaliando a questão. O leão sem coragem é encontrado ao se solicitar apoio aos representantes do povo, que não se manifestam a respeito do assunto.
Então o imunodeficiente vai em busca do mágico de Oz para que ele o faça retornar a vida normal, sem ter que desembolsar nada a mais por isso.
A grande questão é: Quem é o mágico de Oz? Será que ele existe? Assim como a Dorothy, o imunodeficiene normalmente é uma criança. Por este motivo o personagem do mágico é representado pelos pais, que devem usar o SUS ou pagar pelos procedimentos, mesmo com todas as dificuldades financeiras.
Não há pai ou mãe que agüente ver o sofrimento de várias infecções que acabam deixando cada vez mais seu filho debilitado. A grande mágica, na verdade, é vencer os obstáculos, preenchendo os formulários necessários, realizando todos os procedimentos, um a um, e finalmente fazendo o tratamento, contando com ajuda dos médicos e por vezes com apoio solidário dos amigos e suporte de associações de imunodeficientes.
A persistência e a paciência são fundamentais neste aventura.
Em nosso país a história destes anjos é assim, mas poderia ser diferente se o homem de lata tivesse coração, o espantalho cérebro e o leão coragem.
José Ricardo Corrêa Maia
Publicado no Jornal O Vizinho edição 679, no Jornal Notícias do Dia (18/11/2008) e Joranl Ponto a Ponto de novembro de 2008.
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