sexta-feira, 31 de julho de 2009

E sobre Informação?

Autor: Marco Aurélio Hintz
Um dos maiores desafios que todos temos na “Era da Informação e do Conhecimento” é: aprender a aprender.
Atualmente, a informação está amplamente democratizada e disseminada em vários meios, principalmente após o surgimento da Internet. Mas isto tem efeitos colaterais. A grande maioria desta informação não é informação, é: LIXO.
E como sabemos, lixo polue!
E informação na forma de lixo não é exclusividade das mídias virtuais e da internet. Se entrarmos em qualquer livraria hoje, me arrisco a dizer que mais de 99% dos livros que estão lá são: LIXO.
Até para alinhar o entendimento, me refiro a lixo aqui como toda informação que não agrega valor nenhum em termos de conhecimento e ainda polue a nossa mente, seja com um monte de inutilidades escritas, seja com conceitos errados ou desvirtuados sobre determinado tema, escritos por pessoas incapacitadas. No caso dos livros, principalmente, muitos são verdadeiros caça níqueis, e alguns deles "há semanas na lista dos mais vendidos...".
Impressionante o poder do marketing...
Então, como compartilhamento de experiência e contribuição ao desafio, em relação aos livros, minha primeira sugestão é: evite comprar por impulso! Parece básico, mas muitas vezes tendemos a nos levar por uma capa bonita, um título chamativo, uma chamadinha na capa com a recomendação de alguém conhecido dizendo "Este livro deveria ser lido por todos que se interessam pelo tema. Imperdível!", e por aí vai...
É sempre importante ler a sinopse, ler um pedaço do primeiro capítulo, aplicar uma leitura dinâmica rápida no restante do livro e se ater a determinados assuntos que interessem e, neste caso, selecionar alguns e ler ao menos uma parte de forma mais detalhada e com bastante atenção. O foco deve ser o de avaliar a profundidade com que o autor trata o tema. Quando for superficial, é indício de: LIXO. Aconselho a partir para outro.
Estas dicas acima eu extraí de um livro que li certa vez. O nome do livro era justamente: "Aprendendo a aprender". Não me lembro do nome do autor, mas o livro era interessante, apesar de que, como muitos outros livros que existem por aí, o autor utilizou umas 300 páginas para descrever um conhecimento que ele poderia ter passado em 3.
E é por isso que sempre precisamos encontrar as informações que formam a RAIZ do tema, independente do meio, físico (no caso dos livros) ou virtual (no caso da internet e outros). Isto é altamente relevante!
Vou tentar explicar usando uma analogia com uma planta cheia de folhas. Suponha que você queira estudar esta planta. Você poderia começar pelas folhas, certo? Você pega uma folhinha e estuda. Depois você pega outra folhinha e estuda. E assim vai... O problema é que esta planta possue milhares de folhas, e não existe muita diferença entre uma folha e outra, ou seja, ESTE CONHECIMENTO NÃO ESTÁ TE AGREGANDO NENHUM VALOR, VOCÊ ESTÁ POLUINDO A SUA MENTE COM INFORMAÇÃO REDUNDANTE E DESNECESSÁRIA, E PERDENDO TEMPO.
Então, para tornar mais eficaz o seu estudo comece PELA RAIZ, depois pelo caule se for o caso, e assim por diante... e somente no fim estude UMA OU ALGUMAS folhas caso elas lhe forneçam alguma informação adicional e que você julgue relevante. Estudar todas as folhas não vai te agregar nada, você vai perder tempo, saturar a sua mente com excesso de informação, e se tivesse começado por elas correria o risco ainda de ficar sem conhecer verdadeiramente a planta.
De forma análoga, sempre que você for estudar determinado tema comece pela "raiz". Ou seja, procure pelo(s) autore(s) que escreveram as bases do tema, e somente depois, conforme a necessidade, estude as folhas, ou seja, algum autor que tenha feito alguma atualização, evolução ou especialização no tema, e se isto lhe interessa.
Em todo estudo sempre existem as informações que fundamentam o tema, e as informações periféricas, dos que se aproveitam do conhecimento raiz e discorrem sobre ele, mas que geralmente são muito mais superficiais, e muitas vezes escritas por autores que conhecem apenas superficialmente as bases do tema e, consequentemente, escrevem livros também superficiais, e em muitos casos: LIXO.
Exemplificando, se você quiser estudar sobre espiritismo comece por Allan Kardec, se quiser estudar sobre engenharia de software comece por Roger Pressman, se quiser estudar sobre budismo comece por Dalai Lama, e assim por diante. Se não souber como chegar as raízes, investigue ou pergunte a quem conhece o tema (cuidado aqui, muitos apenas acham que conhecem...). Este é um tempo bem investido e fundamental para começar pelo caminho certo, evitando que você se perca no meio de tanta informação.
Após estudar a RAIZ, você pode então partir para DETERMINADAS FOLHAS, se lhe convier e julgar interessante ou necessário no caso de alguma especialização. Você pode perceber que de todos os temas exemplos que eu citei, existem centenas de autores periféricos que escrevem sobre o tema, mas a maioria deles são superficiais, e alguns acabam inclusive escrevendo bobagens e desvirtuando o tema, ou seja, produzindo: LIXO.
Lixo polue!
Ajude a preservar o meio-ambiente: real e virtual.

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