quinta-feira, 2 de julho de 2009

Terremoto moral

Autor: Dorvalino Furtado Filho
O planeta Terra está abalado por um terremoto de valores que está destruindo os alicerces da moral e da dignidade humana. A ingratidão, a violência e o parasitismo contra idosos, crianças e a mulher estão desestruturando famílias inteiras ao torná-las reféns do medo. Estatísticas oficiais comprovam que três em cada dez crianças brasileiras residem em casas onde a violência é uma constante. Lamentável que pais ordinários ainda estejam longe da cadeia ou da punição severa pelas leis. Por outro lado, a impunidade está levando a sociedade a ser refém da insegurança.
O medo e a insegurança levam as pessoas a viver com a sensação de vazio, desesperança, anedonia (perda do prazer com as coisas), tensão interior, ansiedade e sensação de estranheza.
Os bandidos estão nas ruas, escaparam das cadeias e começam a ameaçar a paz e a tranquilidade. Uma ressalva: não falo só de bandidos medíocres, que roubam para matar a fome, mas de bandidos que roubam bens maiores, aqueles predadores e servis, que sugam tudo e todos.
A segurança precisa de apoio incondicional neste Brasil. Onde está o cumprimento exemplar da lei que pune os bêbados ao volante no Brasil? Só a imprensa cumpre o papel de fiscalizar.
Além do mais, em pleno século 21, presenciamos milhares de pessoas carentes em filas de centros de saúde à espera de uma consulta médica. E sofremos ameaças de epidemias primitivas, de séculos atrás, como a dengue, a malária, tuberculose e outras que deveriam estar extintas.
E o progresso mundial presencia mais de 40% da população sem acesso a serviços básicos confiáveis de saúde. Hoje, há mais de 500 milhões de subnutridos, enquanto países em desenvolvimento gastam duas vezes a soma dessas estatísticas na compra e fabricação de armamentos, sem contar que mais de 15 milhões, principalmente de crianças, morrem de fome e de sede.
Estamos em meio a uma crise de valores, uma crise social e ecológica. Pesquisa-se sobre tudo, sobre os mais variados meios de viver bem, mas ignorou-se o nível de grandeza a que chegou a insensatez humana. Resta-nos, a fé para que não se deixe a ansiedade, a curiosidade e o medo do futuro tomarem conta da alma, caso contrário, a vida mesmo deixará de protegê-lo.

Publicado no Jornal A Notícia

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