quinta-feira, 2 de julho de 2009

O gigante, os touros, os gravetos e o bote

Autor: José Ricardo Corrêa Maia
J.I. Gonzáles Faus conta em sua parábola “O anão e o gigante” que na margem de um rio, um gigante ao se preparar para atravessá-lo, encontrou um pigmeu que não sabia nadar e não podia atravessar por causa da profundidade. Então o gigante colocou o pigmeu sobre os ombros e iniciaram a travessia. Na metade da travessia o pigmeu avistou índios escondidos por trás da vegetação na outra margem e avisou ao gigante que retornou. Neste momento flechas foram disparadas, mas não os atingiu. O gigante agradeceu e o pigmeu respondeu:
- Se você não tivesse me colocado sobre os seus ombros não poderia ter visto além de você mesmo.
Neste exemplo pode se observar que a união dos envolvidos usou os princípios da solidariedade e da ajuda mútua.

A fábula “O leão e os 3 touros” de Esopo relata que os três touros amigos sempre pastavam juntos até que um leão criou a discórdia entre eles e quando pastavam sozinhos, ele atacou-os sem medo e devorou-os.
Neste caso percebe-se que enquanto em grupo, os touros não foram atacados. O leão somente conseguiu seu objetivo quando teve a desunião dos touros.

No conto “O bote” de Vayikra Rabbah tem-se um grupo atravessando o rio num bote, quando um homem começa a fazer um furo debaixo dele. Seus companheiros reclamam, mas ele responde que o furo é debaixo do seu próprio assento e completou: - o que é que vocês tem a ver com isto?
Nesta situação constata-se a falta de harmonia, entendimento e colaboração. Alerta-se que ninguém é uma ilha dentro de uma empresa ou família, por isso deve-se ter harmonia.

Na fábula “Os gravetos” de Esopo é relatado que um homem tinha muitos filhos que viviam brigando. Não havia meio de conseguir harmonia na família. Certo dia ele pegou um feixe de gravetos e pediu que cada um quebrasse com o joelho. Ninguém conseguiu. Ao desfazer o feixe entregou os gravetos um por um e todos quebraram os gravetos. Então o pai disse: - se ficarem separados, só podem perder, agora se vocês se unirem não há inimigo que os possa vencer.

Infelizmente não são fatos apenas em parábolas ou fábulas. Encontramos muitas empresas como o bote, muitas famílias que não conseguem quebrar os gravetos, amigos como os touros e poucos gigantes e pigmeus.

Se uma equipe, área, empresa ou mesmo família não tiver união, coesão e entrosamento provavelmente não se terá ajuda mútua, troca, colaboração, engajamento e entendimento.

Tudo isso é necessário para se ter união e sinergia.
Sinergia deriva do grego Synergía que é a união do vocábulo Syn que é união, cooperação, harmonia e Érgon que significa trabalho. Portanto, sinergia é a união de esforços num mesmo objetivo. Costuma-se dizer que quando duas ou mais força juntas produzem um resultado maior do que se estivessem separadas tem-se a sinergia.

De acordo com Priscila de Lourenço Coelho em “Sinergia: sim, sinergia!” o indivíduo que consegue realizar suas metas pessoais, tem maior facilidade de realizar metas em grupo.
Talvez por isso, ainda temos “silos” em torno dos departamentos impedindo que os assuntos sejam resolvidos. Desta forma não temos processos e sim “feudos” nas empresas, onde se escutam frases como “eu já fiz a minha parte!” ou “isso não é do meu departamento” com a total falta de integração e interação. Sendo que interação harmoniosa é a base para a sinergia e união.

Numa família, união e sinergia são fundamentais, principalmente quando sonhos são compartilhados. Mas para isso é preciso respeito, saber ouvir e considerar opiniões.

Confúcio disse certa ocasião que duas pessoas ao trocarem dois objetos saem cada uma com um objeto, mas ao trocarem duas ideias , saem cada uma com três ideias.

Reflita se você está praticando o senso de união, assim como o gigante ou se encontra mais para um touro.

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